Seguindo a sugestão de lian, anunciamos o lançamento de Cicatrizes de Mulher, um livro sobre mutilação genital feminina da autoria de Sofia Branco. O lançamento será no dia 9 de Junho, 6ª feira, entre as 19h45 e as 20h45 no Auditório da Feira do Livro.
Recomendamos a leitura do dossier do Público sobre este tema terrível mas incontornável (embora muit@s insistam em fechar-lhe os olhos e fingir que não existe).
Aproveitamos também para congratular a Sofia Branco, jornalista do Público, pelo importante trabalho que tem vindo a realizar na documentação e denúncia da prática da mutilação genital feminina em Portugal e no resto do mundo e congratulá-la pelos prémios que recebeu pelos seus trabalhos sobre este tema (de entre os quais se destacam o Prémio de Jornalismo 2003/Comandante José Manuel Cabral, o Prémio Natali, o Prémio Mulher Reportagem Maria Lamas 2002, o Grande Prémio ACIME Imigração e Minorias Étnicas: Jornalismo pela Tolerância e a menção honrosa no Prémio AMI: Jornalismo Contra a Indiferença).
12 comentários:
quanto ao lançamento nada digo. quanto ao assunto como tópico, vou correr o risco de abanar a coisa.
não consigo agora encontrar o artigo para partilhar. li-o há muito tempo, coisa de um homem furioso com a standartização do seu corpo, não com a dor que sofreu, mas com o facto de lhe roubarem um pedaço sensível, não um pedaço de pele mas um orgão de prazer, seguido da descrição das diferenciadas sensações da pele e da glande, a 2ª mais sensível ao impacto, a primeira à frottage. o que, se tomarmos o assunto de modo pouco socio-economico (esquecendo a miseria, o sub-desenvolvimento, etc), verificamos é a tradição de empobrecer as sensações (sensuais) de masculinos e femininos sexos. qual o objectivo, o que nos acontece com isso?
não são vocês que gostam muito dos islâmicos e estão sempre a criticar o ocidente? Pois então! Atraquem com o Borndiep no Irão ou na Arábia Saudita a fazerem o vosso folclore como na Figueira da Foz. Ou então talvez não sejam coerentes.
Esta agora... o primeiro comentário é de alguém que foi vítima de circuncisão, é isso?
Se assim é lamento a sua perda.
Mas não é perda comparável à dos diversos tipos de muitlação feminina, uma vez que não impede o uso sem dor do órgão, nem retira prazer orgásmico.
Quanto ao trabalho jornalístico o fundamental é que seja sobre Portugal - que não crie um distanciamento artificial da questão e que permita pensar em políticas multiculturais inteligentes.
não, a "vítima" não fui eu. chamou-me a atenção a semelhança dos casos na diferença dos orgãos, como se a intenção fosse semelhante mas a diferença morfologica mais propícia ao abatimento do prazer no orgão feminino. também, pelo que sei há vários tipos de excisão, sendo particularmente obvia aquela q combina a garantia de virgindade com a ablação do orgão, digna do divino marquês, em que se cosem também os lábios. pretendia com o comentário desterritorializar de mulher para corpo, para a seguir voltar ao assunto sexo e marcação.
cumprimentos afaveis
ana p
Em todas as sociedades ao longo dos tempos, a liberdade sexual de cada um tem vindo a ser mitigada, à luz de determinados dogmas. Claro que o tem sido principalmente para as mulheres.
A mutilação genital, tal como apedrejamento para os acusados de conduta sexual imprópria, é apenas uma expressão brutal e extrema do fanatismo e irracionalidade que se encontra subjacente a estas práticas.
Como é absolutamente irracional que certos pais tenham ainda hoje a pretensão de conceberem as suas filhas como seres desprovidos de desejo sexual e, portanto, n destinados a darem corpo a tais vontades, à margem de certas instituições sociais formais (nomeadamente, o casamento e/ou a maternidade).
Lá como cá, numa ou noutra situação o desproposito de castração das liberdades humanas, é tenebroso!
hmhm, por isso me importa tanto o sexo, como tecnologia, e não (da mesma maneira pelo menos :) ) como a MINHA forma de obter prazer. pegando numa ideia de outro sítio, existe então uma polícia do cisgénero? é legitimada pelas convenções internacionais ou é um organismo secreto? isto é risível, eu sei, mas é uma maneira de pôr as coisas.Pergunto-me se tudo é legalizável, se o próprio conceito de humanidade não será essa negociação do que é humano, e sendo, como tirar os demais corpos do sexo(morpho) fêmeo e actuais anomalias do limbo animal-natureza.
e, bolas, claro, qual a maneira de agir, enquanto por cá ando, em relação ás pilhagens materiais organizadas que desestabilizam populações e seus territórios ao ponto de racionalidade e religião se tornarem veículos de vinganças e expiações dignas de infernos inquisitoriais.
hmmm, já agora um pouco de interacção. Rui, és explicitamente de direita tipo as identidades de género EsTãO firmes e vcs são uma cambada de patologic@s que vão acabar num asilo ou numa prisão, ou és outra coisa? se és, que presumo, porque resistes tão pouco ao arrebanhamento ao ponto de afirmares que o borndiep é MEU (nosso), oposto a um VOSSO qq a q tu (,a menos que sejas o direitão do 1º paragrafo, com polícia e exercito e propriedade de extensos territórios e seu gado) nem sequer pertences? chill out, meu, a "gente" quer-te a argumentar, mas fá-lo com calma, que pensar já é resistir.
não me lembro do nome, mas conheço o depoimento duma feminista islâmica que |fugida| para o continente americano, afirma o valor do islamismo como forma civilizacional, critica o liberalismo económico e condena a misóginia (coisa q tem q ver com medo e ódio) que grassa no seu país de origem, por nada ter em comum com a civilização propriamente dita. é estranho para os nossos ouvidos, bem sei. sei também que durante o colonialismo (britânico?!) no egipto os direitos das mulheres foram já usados para dividir e conquistar, mas só longe da casa colonizadora. E quanto a religiões, entre nós católicos, foi só e a partir do seculo VI que se decretou em concílio que madalena era uma puta´, privando a mais bela história da carochinha do apostolado feminino, e as igrejas de mulheres com calças... sei lá, ele há histórias...c
Ana P.: Go on, go on...
É claro que há tecnologias de marcação e policiamento do corpo (genital) cisgénero, desde, por ex., à hoje afamada depilação, ao diagnóstico intersexual.
E é claro também que tudo é negociável, coligável, publi(poli)tizável, mesmo o género femeo dito natural.
Cara Ana, vou gostar muito de conversar consigo, especialmente depois da publicação do meu artigo na RCCS (infelizmente ainda faltam uns meses porque gostaria de lho enviar). Mas falaremos por aqui.
Cumprimentos feministas radicalmente políticos:)
curioso!? O que será um RCCS?
Em relaçao à polícia do Cis (!!lol)) ainda estou a pensar um bocado à moderna, a separação do estado, igreja e mercado. uma polícia "que se preze" é de estado, não? e por aí temos andado por cá bem servid@s temos...o resto seriam loby's, digo eu, uns com cruzes do amor-sofrimento, outros com cruzes-de-marshall... bem, é discussão comprida, novos post hão-de chegar para a alimentar.
até lá, um excelente trabalho e melhores dias (CFRP, no pasará, lol)
ana p
Olá!comecei a ler o livro ontem, estava no metro, em pé, a ler e não sabia se chorar, desmaiar, vomitar ou começar a espanacar a todos os homens que estavam na minha carruagem!
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