Durante a noite de ontem, 28 de Maio, o Colectivo voltou a sair à rua para pôr o feminismo a passar pelas ruas da Baixa, Chiado, Restauradores, Martim Moniz e Arroios.
Aqui ficam algumas fotos:
Praça do Chile
Rossio
Chiado
Baixa
Restauradores
Fotos de Miss Piggy
a
20 comentários:
Tenho tido o prazer de «tropeçar» nas vossas intervenções em inúmeros espaços da cidade e também nos muitos textos e comentários deste blog. Para além do importantíssimo papel que desempenham ao alertar-nos para questões que de tão banais parecem inofensivas (mas nunca o são, de facto...), acho que as discussões que aqui se têm gerado provam que há muito a fazer, muito a debater, muito por reflectir. Faz-nos falta pensar e argumentar e, de repente, puseram toda a gente que passa por aqui (tal como o feminismo!), a questionar-se e a questionar o que vê e o que ouve. Obrigada, sinceramente. E, por favor, continuem!
Um obrigada especial pela Baixa!
Agora a sério, como é que podem, com os vossos stencils, conciliar a vossa luta pelo respeito da mulheres com um total desrespeito pela propriedade pública e
privada?
Há uma das vossas fotos da acção anterior de 30/4/2006 que tem um
stencil pintado na pedra da janela de uma casa. perguntaram ao dono(a)
da casa se o podiam fazer? têm ideia de quanto vai custar a esse
proprietário a limpeza da sua janela? Deve ser esse proprietário
obrigado a viver com o vosso chavão na janela?
onde está a sua
liberdade assegurada neste caso?
mesmo que o dono da referida casa aceitasse a vossa pintura, não bastaria para a poderem pintar pois estão a mexer com a fachada de um prédio e necessitariam de uma autorização camarária, de outro modo estão a ir contra o respeito e liberdade dos municipes.
O mesmo se passa nas estações de metro onde pintaram.
Cada pedra daquelas custa pelo menos 17 contos o metro, para as meninas estragarem assim sem mais nem menos.
Pintar na parede é mau, mas na pedra é sempre pior na medida em que não bastam umas demãos de tinta para remover o stencil.
É isto que se espera de um movimento que procura credibilidade?
João Ramos
oh pá, pelos vistos, "feminismo" é isto, pintar paredes e pedras, assumir este acto de bravura como "mais uma vitória" mesmo que seja uma valente cagada (que o é, literal e metaforicamente falando) e depois espetar aqui com as fotos para mostrarem às migas os resultados de mais uma jornada de luta. "Fotos de Miss Piggy", leio eu. Pois, é mesmo um nick adequado. Censuram os comentários que acham porcos (ainda estou à espera que tenham um pingo de vergonha e voltem a colocar o post do zézinho, porque a gente também tem o direito de se indignar) mas não se coíbem de fazer porcarias na cara dos outros. Depois venham cá falar de liberdade, ó mongas. Era mas era apanhadas em flagrante por um qualquer polícia (feminina, claro) e condenadas a limpar tudo.
E não resisto, como pincelada final, a lembrar outra vez que a semana passada a Aministia Internacional fez público um relatótio importante acerca da violência contra mulheres em Portugal. Curiosamente, já tinha referido isso aqui 2 vezes, mas esses comentários foram apagados... Apaguem este, depressa! Acho lindissimo que não só não vos interesse como, aparentemente, tenham raiva a que outros se interessem. Não é feminista? É ofensivo? Enfiem a carapuça que vos servir e apaguem, apaguem a eito tudo aquilo que não se sintam capazes de discutir.
Cara Inês,
É melhor releres o blog com mais atenção - os teus dois comentários sobre o relatório da AI não foram apagados. Estão sãos e salvos aqui e aqui. Como já explicámos, só apagamos comentários com conteúdos ofensivos sexistas ou homofóbicos. E nenhum dos vários comentários que colocaste neste blog tinha linguagem desse tipo.
Inês, Inês,
Na tua sanha de critcares, perdeste uma bela ocaisão de estares cladas.
Ou desconheces o conceito de Arquivo?
Parece que há aqui quem não saiba que o espaço público o é e que existe uma verdadeira luta, a toda a hora, pela sua distribuição - e que essa luta apenas reflecte as hierarquias e desigualdades existentes na sociedade.
Não querem fachadas (privadas E públicas) e escadas (públicas) pintadas com gritos de libertação, não discriminem, não calem, não oprimam. É simples.
Isto é muito simples, o espaço público pertence aos cidadãos contribuintes, como tal, qualquer intervenção nesse espaço necessita da sua autorização através de orgãos que os representem , neste caso a câmara municipal de lisboa.
Sem essa autorização é sempre uma violação do espaço público cometida por um grupo restrito de cidadãos contra a vontade da maioria.
Eu como cidadão e contribuinte sinto que não fui respeitado.
No entanto eu volto a afirmar que os stencils não foram só colocados em propriedade pública, mas tb em propriedade privada e sob que pretexto agora os donos das casas têm de levar com os vossos stencils? possivelmente até há tipos solidários com a vossa casa, mas que gostariam que não vos tivessem sujado a casa.
simplesmente não é democrático e revela falta de respeito pelas pessoas , homens e mulheres.
Alegar a questão das desigualdades sociais para justificar o sujar de paredes parece-me um argumento muito fraco.
Quem é que discrimina? Quem é que oprime? Quem é que vos cala?
Há espaços públicos para publicidade, outdoors, mupis, etc, não creio que a camara ou a entidade concessionada para gerir esses espaços rejeite a vossa publicidade se a comprarem, até lá façam flyers, coloquem cartazes em lojas , ou coisas do género ou usem a criatividade, que geralmente é maior quanto maior forem as restrições, mas respeitem as pessoas, só assim podem merecer o respeito dos outros
João Ramos
Caro João Ramos, apenas um esclarecimento, não andamos a grafitar janelas de ninguém. A janela que aparece com um stencil é de uma rua do Bairro Alto de uma casa abandonada, e bastante grafitada.
Ó Inês, já toda a gente percebeu que tens um interesse particular pela questão da violência, mas porquê querer impor a tua agenda? Porque não o fazer num blog só teu? Não achas que o Colectivo é livre de decidir os temas que quer abordar neste espaço?
E já agora, se me permites, só mais uma nota: não achas que já há bastante gente a falar sobre esse mesmo assunto? Parece que de repente acordámos para uma nova realidade, como se violência, prostituição e tráfico fossem problemas que surgiram no século XXI !?
São inúmeros os temas que merecem a nossa atenção, como aqui têm tentado demonstrar, mas parece que certas pessoas preferem focalizar-se apenas nas estatísticas (nº vítimas), colocando desse modo a discriminação de género a uma certa distância das suas próprias vidas - tod@s sabemos que a violência só afecta @s outr@s, não é verdade? mas a publicidade afecta toda a gente todos os dias e até promove, directa e indirectamente, a violência. Vais negar?
João: temos noções muito diferentes de espaço público e de intervenção pública - e de discriminação pública.
E outra coisa: fazer de conta que não se sabe que as mulheres são efectivamente discriminadas, a vários níveis, já não funciona - os anti-feministas já perderam esse privilégio epistemológico. Agora passam simplesmente por pessoas de má fé.
Sinceramente está noção que mensagens que têm algum significado são sujidade, mas que ter a cidade cheia de publicidade já é merecedor faz-me um bocado confusão. Como se o direito ao espaço público tivesse como único critério a posse de meios económicos. Sabemos bem que a publicidade é aceite em praticamente todos os espaços da cidade de Lisboa, que todos os passeios, paragens, paredes, parques estão cheios de mupis, de ecras gigantes, de oudoors, de figuras gigantes, etc... Se as pessoas que aqui escreveram ficaram assim tão indignadas com uma frase escrita a tinta, então sugiro que aproveitam essa força toda para criarem um movimento contra a excessiva publicidade desta cidade.
Até acho que as pessoas têm direito de se apropriarem do espaço público como forma de revindicação, acho que é mais democrático do que acontece hoje em dia, que é a excessiva apropriação do espaço público e privado pelo simples critério do dinheiro.
Um cidadão pode ser preso por pintar uma parede, mas uma empresa é recompensada por fazer a mesma coisa! Acho que há uma diferença entre expor ideias e querer vender um produto.
Eu creio que se deve ter em conta que, fundamentalmente, a actuação deste colectivo se inscreve num quadro, não de discussão de ideias acerca da renovação do património estético lisboeta, como é óbvio, mas de um movimento social em formação que se quer relançar a (re)descobrir as questões do feminismo em pleno séc.XXI. Nesse sentido, não me parece interessante mobilizar para a discussão os aspectos arquitectónicos da nossa intervenção - bem gostariamos de inscrever as nossas mensagens em pinturas de murais ou afins, que nem mesmo outro tipo de organizações com superiores recursos (como os Partidos) fazem normalmente - mas sim reconhecer que a nossa postura insubmissa necessita de meio enérgicos e eficazes de demonstração dos ideais que pretende evocar!
Querer deslocar o cerne da análise para o modus operandi da acção é pretender esvaziar o leift motif de criação deste espaço de discussão,de uma forma salomonica,pois das duas uma: ou não se concorda com o teor ideológico deste espaço (é uma opinião respeitável) ou, caso contrário, presta-se assim ao seu pleno acordo.
NB: em nenhuma das paredes alvo da inusitada inscrição, se encontra designada como de "afixação proibida"
se fossem mas era trabalhar. andam nestas merdas e depois vêm com as lengalengas dos subsídios e do Estado social, para pagar a vossa preguiça e as noitadas perdidas nestas brincadeiras.
Arranjem uma vida e deixem de brincar às subversões do espaço público.......
Hoje no DN (6 de Junho de 2006 pg 20): "A Câmara Municipal de Lisboa paga 120 mil euros por ano a uma empresa externa que remove "graffiti" e protege as superficies para além do serviço interno que é feito por cantoneiros municipais"
João Ramos
P.S.Insinuar segundas intenções quando não se tem argumentos é das piores técnicas de debate que se pode usar.Só resulta com os incautos
calma com o relançar o feminismo, até parece que o mundo tem estado parado à nossa espera
Sou feminista assumida, chamam-me a atenção as acções de rua como mobflashes e os autocolantes mas a mim também me faz alguma impressão que se efectuem graffitis (por mais simples e laváveis que sejam). Tb não me parece que concordar com ideias implique necessarimente concordar com o modus operabdi... Fazer só porque outros/as já fizeram antes, só porque a parede já tem graffitis... não me parece muito cívico. Concordo que não há dinheiro para mupis e outros que tais mas muito provavelmente existem outras opções que conciliam a filosofia do movimento com a preservação do património público.
E a mim choca-me particularmente que se efectuem insultos públicos com o pretexto de se ter razão, venham lá de que lado vierem. Caro colectivo, a melhor resposta para o insulto é a não-resposta; trocas de "mimos" e "flores" como os que foram feitos acima não ajudam ninguém nem contribuem para mudança alguma...
Já agora, parabéns pela iniciativa dos autocolantes!
Estou a gostar bastante do vosso blog! Muitos Parabéns, e não liguem a comentários imaturos de quem não tem mais nada que fazer. Um grande beijinho para vocês todos!
Olá, sou feminista e sempre acompanho o blogpost! é realmente maravilhoso.
parabéns a todas,
sou do Rio de Janeiro, Brasil!
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