5.7.06

Porque não queremos viver num mundo em que...

as mulheres são condenadas por aborto, como aconteceu ontem em Aveiro.

3 comentários:

Má ideia! disse...

esse pin é o que é. diabos me levem se eu acho que devo ter filhos porque consinto em ter relações sexuais e não porque decido ter os ditos.

Anónimo disse...

Haunted by mónique wittig

Gostaria de deixar um tópico para discussão, por certo é aqui o sítio ideal.
Sinto que surge um estigma novo (talvez não seja novo ou só o seja para mim, mas penso que é tão novo como a visibilidade e os direitos finalmente conhecidos à comunhão social das identidades homo-sexuais). E acho que é um assunto estúpido e fracturante, não que não lhe perceba as origens. É a ideia de que ser-se heterossexual é necessariamente patriarcal, e que portanto, por oposição, ser-se homo-sexual (homo de o mesmo, como homofonia) é um salvo conduto para se ser o oposto. Já reparei em denuncias em blogs lgbt duma certa atitude homo-sexual por questões de moda, que me fez pensar que é outra maneira de pôr este tema, como na adolescência distinguíamos os freaks dos posers. Portanto heteros e homos reparam numa coisa parecida, estamos a denunciá-la por vias diferentes.
Na parte em que toco, penso que o desejo é uma “coisa” construída com uma certa inconsciencia desde a infância, sim, tem a ver com as opções que tomamos mas não inteiramente com a racionalidade aprendida dos adultos. Tem muito a ver com a auto-representação, mas no momento em que esta se cola perfeitamente aos sentidos, logo não é inteiramente controlável, não se pode NA NOSSA SOCIEDADE fazer como os direitões tendem a fazer, que é pedir gentilmente aos “tortos” para fingirem um bocadinho de modo a que todos possam verificar que o verdadeiro é homem com mulher e nada mais. Tal como também não se pode fingir que o verdadeiro é homem por cima da mulher. Como se fosse uma peça de teatro, portanto. O preço dessa farsa é que ninguém viva realmente o seu corpo, o que não vai colar com a opção do colectivo individualista. Talvez cole com outras formas sociais, com formas diferentes de sentir a verdade. Prontos, acho que tenho dito.
Creio (o que me levou a decidir de vez que quero postar isto aqui foi a pagina de entretenimento do jornal metro) que existe uma maquinaria de reprodução da imagem patriarcal do desejo da fêmea, acho que toda a gente concorda com isto até aqui, que desde longa data assimila a imagem criada pelas mulheres que têm a coragem de ser licenciosas (que são excluídas e jogam a sua vida) e a distribui junto das mulheres a quem se diz (porque se diz constantemente) que a promessa de reprodução monogâmica subordinada is the way to be (que são incluídas através da observância da supra citada regra, e que depois jogam no espaço que sobra).
O.K. sou hetero. Sou também bi. Creio até que vou reproduzir. Mas porra, don’t stereotipe me! Por que carga de agua haveria de deitar a ética aos bananos e querer viver por menos?

(adenda tirada dos canhanhos: temos historicamente disponíveis 3 tipos de sociedade: matriarcado, poder a quem dá a vida, soberania, poder a quem tira a vida, e disciplinária controleira, poder a quem endireita a vida. Qual é o mundo que nossas cabeças habitam?)

FuckItAll disse...

Comentário à adenda do comentário anterior: temos historicamente, para trás, muito mais do que essas hipóteses; para a frente, todas as que quisermos...