Em 2007, a luta contra todas as formas de discriminação de género parece ter marcado um ponto nos courts de Wimbledon. Há dias foi anunciado que no torneio deste ano, e pela primeira vez na história da competição, os prémios vão ser iguais para homens e mulheres.
Numa conferência de imprensa (que pode ser vista aqui), o director do All England Club, Tim Phillips - que no ano passado tinha afirmado que a igualdade de prémios “seria uma injustiça para os homens” - declarou que esta decisão, tomada por unanimidade pelos dirigentes do All England Club seria "good for tennis, good for women players and good for Wimbledon".
Como noticia a BBC Sport, Phillips anunciou que "the time is right to bring this subject to a logical conclusion and eliminate the difference. We believe our decision to offer equal prize money provides a boost for the game as a whole and recognises the enormous contribution that women players make to the game and to Wimbledon. We hope it will also encourage girls who want a career in sport to choose tennis as their best option."
Ainda segundo a notícia da BBC Sport, "Wimbledon joins the United States and Australia in paying equal money across the board, from the champions down to the first-round losers in all events. The French Open offers the same cheque only to the champions. (...)
Triple Wimbledon champion Venus Williams expressed her delight at the news, saying: «The greatest tennis tournament in the world has reached an even greater height today. I applaud today's decision by Wimbledon, which recognises the value of women's tennis. The 2007 Championships will have even greater meaning and significance to me and my fellow players.» (...)
Three-time men's Wimbledon champion John McEnroe also backed the decision. «I think when you've got men and women playing at the same tournament, it is ludicrous to have a difference in pay», he told the Daily Telegraph. «It would be setting an example to the rest of society in general to have equal prize money.» (...)
Peter Fleming, with whom McEnroe won four Wimbledon doubles titles and three US Opens, told BBC Five Live: «The difference last year was so small - it was a symbolic gesture for the last couple of years - but finally the club have realised it's not worth the effort to maintain it.» Fleming said he hoped that any male players angry at the decision would see the light. «They'll grow up at some point», he said. (...)
Reigning Wimbledon champion Amelie Mauresmo said: «It's great that they did it and now the French Open is going to struggle staying back».
Taxista Feminista
6 comentários:
Esta regra existia tendo por sustento o facto de os jogos dos homens serem jogados "à melhor de três" e os das mulheres "à melhor de duas"... Isto é, quem trabalha mais (e melhor, por que não dizê-lo, basta ver que aquela que é considerada a melhor jogadora de todos os tempos, Navratilova, perdeu um jogo de exibição com um gajo qualquer que se quedava pelo nº 300 e não sei o quê do ranking mundial)ganha, obviamente, mais... Até por que agora os homens tenistas saem manifestamente prejudicados. Ganham o mesmo que as mulheres mas têm de jogar mais e durante mais tempo...
Igualdade, minha cara, não se conquista por se quer a uniformidade...
"Isto é, quem trabalha mais (e melhor, por que não dizê-lo, basta ver que aquela que é considerada a melhor jogadora de todos os tempos, Navratilova, perdeu um jogo de exibição com um gajo qualquer que se quedava pelo nº 300 e não sei o quê do ranking mundial) ganha, obviamente, mais..."
Parece-me que faz todo o sentido tirar conclusoes absolutas sobre a maior qualidade do tenis dos homens em relacao as mulheres apenas com base num unico jogo entre duas pessoas. Uma conclusao bastante fundamentada, nao ha duvida. Irrefutavel, certamente.
Ainda no outro dia, a equipa do Atletico (na altura a 5.ª classificada da serie D do campeonato nacional de futebol da II Divisao) ganhou ao FC Porto num jogo da Taca e eliminou os dragoes.
Ja esta visto, nao ha duvida, eh irrefutavel - o Atletico trabalha melhor do que o FC Porto. Alias, e segundo o seu raciocinio, podemos formular ate uma conclusao mais geral: as equipas da serie D da II Divisao trabalham melhor do que as da I Liga. Obvio, nao eh?!
vim aqui parar por acaso.
interessante. parabéns!
http://derterrorist.blogs.sapo.pt
Sr. Anônimo os seus conhecimentos sobre tennis deixa-me estupefacta!!!
Que maravilha!
Cara Sandra,
Os seus conhecimentos de Português também me deixam estupefacto!
João Lopes,
Aceito que o meu comentário é pueril e rudimentar. Ainda assim, a sua suposta resposta não lhe fica atrás.
Defendo que, neste caso, os homens devem ter prémios diferentes daqueles que têm as mulheres porque, efectivamente, os seus jogos tem uma duração maior e, já agora, têm também mais gente a assistir... Por acaso, há uns tempos atrás, até houve quem quisesse "reduzir" a indumenta das senhoras para assim cativar mais público... (vê como de ténis até percebo alguma coisita...)
Mas isto não se passa só no ténis... No boxe, por exemplo. No golf. Nos desportos individuais, por norma, há um hiato entre os prémios estipulados para os homens e para as mulheres. Quanto muito, o ténis foi o primeiro desporto a adoptar este tipo de medida...
A discussão que se levanta é esta.
Os prémios deveriam ser iguais caso as competições fossem iguais. Não é o que se passa. As mulheres continuarão a jogar "à melhor de dois", mas a ganhar tanto quanto os homens que jogam "à melhor de três"... Percebem?
Agora, gostava que procurassem na net algumas das respostas que as jogadoras de topo deram quando lhes foi proposto passar a jogar o mesmo número de partidas que os homens... Vejam os argumentos que foram utilizados...
Cumprimentos,
P.S.- João, não acredita mesmo no que expôs, pois não? Não deve perceber muito de bola, não é? Sabe que são "onze de cada lado" e que a "bola é redonda"...
quiça para discussão futura:
http://cavaleiraandante.blogspot.com/2007/03/as-grandes-portuguesas.html
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